Botei um vistaço na tropa em reponte / Bombeei o horizonte de um verso campeiro / O gado tranqueando o Rio Grande no passo / No casco o compasso do gateado-oveiro
Baixar Mais Tocadas: músicas de Luiz Marenco
Têm coisas que tem seu valor / Avaliado em quilates, em cifras e fins / Em cifras e fins… / E outras não têm o apreço
Manhãzita de maio e notícias do céu desabam nas casa’ / Um Angico nas brasas consome sem pressa seu cerno de lei / O meu cusco Ovelheiro fareja o suor da xerga estendida / Que descansa da lida e do lombo do Baio, meu trono de rei
Meu trabalho é de peão campeiro / Conforme diz meus documentos / Sigo sem afrouxar nenhum tento / De campanha, crioulo e fronteiro
Lá na baixada do manduca / Hay reboliço de china / Três guitarras orientales / E uma gaita corrientina
Frente ao caminho me calo, e o pensamento sofreno / O mundo é muito pequeno, prás patas do meu cavalo / Nesta jornada terrena, aprende muito quem anda / Sempre que a alma se agranda a estrada fica pequena
Nas estâncias de Bagé / Gastei esporas, caronas / Abri rastros nos serenos / Em contrabandos e domas
Entre os amores que eu tenho / O pingo, a china e o pago / E esta guitarra que trago / Das origens de onde venho
A calma do tarumã ganhou sombra mais copada / Pela várzea espichada, com o sol da tarde caindo / Um pañuelo maragato se abriu no horizonte / Trazendo um novo reponte, pra um fim-de-tarde bem lindo
O destino quer que eu cante / E, a cantar, eu me concentro / A querência eu levo dentro / E o resto, eu toco por diante