Ó Rua do Capelão / Juncada de rosmaninho / Ó Rua do Capelão / Juncada de rosmaninho
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Se a minha alma fechada / Se pudesse mostrar, / E o que eu sofro calada / Se pudesse contar,
Povo que lavas no rio / Que talhas com teu machado / As tábuas do meu caixão. / Povo que lavas no rio
Coimbra é uma lição / De sonho e tradição / O lente é uma canção / E a lua a faculdade
Solidão de quem tremeu à tentação / Do céu, e desencanto: / Eis o que o céu me deu / Serei bem eu, sob este véu de pranto
Descalça venho dos confins da infância / E a minha infância ainda não morreu / Atrás de mim e em face ainda há distância / Menino Deus, Jesus da minha infância
Meia-noite, uma guitarra / Meia vida por viver / E a saudade que se agarra / Ao cantar de uma mulher
Os meus olhos são dois círios / dando luz triste ao meu rosto / marcado pelos martírios / da saudade e do desgosto
Lá vai brincando, pela mão de uma quimera / Essa garota que fui eu, sempre a sorrir / Como se a vida fosse eterna primavera / E não houvesse dores no mundo p’ra sentir
Amália / Quis Deus que fosse o meu nome / Amália / Acho-lhe um jeito engraçado